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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Audiência Pública sobre Atendimento Pessoas com HIV

A audiência realizada dia 11 de dezembro, na Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria - RS, foi muito importante e conseguiu fazer uma boa avaliação do serviço de atendimento às pessoas com HIV no município. Além de serem levantados os problemas também conseguiu encaminhar tarefas práticas a serem executadas para melhoria do atendimento. Um Grupo de Trabalho foi criado e logo teremos mais notícias boas.

A Pastoral da Aids- Santa Maria RS ficou satisfeita com os encaminhamentos e soma-se ao GT para que possamos juntos pensar como enfrentar a epidemia. A carta que a Pastoral apresentou é esta, abaixo, na íntegra.

[Foto da mesa composta na audiência, Pe.Vanderlei Cargnin representou a Pastoral da Aids]




Carta Aberta:
 Santa Maria, 11 de dezembro de 2013.

                   Prezadas, prezados,                      

                   A Pastoral da AIDS, fundada em 2001 nacionalmente e em 2004 na arquidiocese, é uma pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB. A Pastoral segue a organização da igreja do Brasil, com os regionais, dioceses, paróquias e comunidades. É composta por agentes capacitados e por equipes de coordenação que realizam o serviço de informação e assistência na base.
                   Realizamos a Campanha de Incentivo ao Diagnóstico Precoce para HIV e Hepatites Virais, além desta campanha temos como data de reflexão e celebração a Vigília pelos Mortos (3º domingo de maio) e o 1º de Dezembro como atividade de conscientização.
                   Em nossas atividades, tanto de visitações quanto de acompanhamento de pessoas que vivem e convivem com HIV ouvimos muitos relatos das dificuldades que encontram para ter atendimento de qualidade. Por esse motivo e por ver a realidade crescente da incidência do vírus HIV em nossa cidade resolvemos procurar a Casa 13 de Maio, os médicos infectologistas que atendem na rede SUS, a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Vereadores e a Secretaria de Saúde para que juntos possamos pensar e realizar ações que melhorem o atendimento, nossa sugestão:
- Elaboração de um Plano de Enfrentamento da Epidemia em Santa Maria, pensado em todos e com todos os segmentos da sociedade;
- Fortalecimento da Equipe da Casa 13 de Maio, com contratação de profissionais;
- Oferecer e incentivar a qualificação e capacitação de profissionais da saúde e outros para atuarem com pessoas que vivem e convivem com o HIV;
- O Programa Municipal DST/Aids deve ter uma coordenação, atuante, com autonomia para dialogar com a sociedade, propor ações que envolvam e que possa planejar e executar o PAM anualmente.
                   Todas essas sugestões são importantes para assegurar o direito das pessoas em ter informação, acesso ao diagnóstico e tratamento.
                   Agradecemos a atenção de todos e todas e nos colocamos a disposição para contribuir na construção de um plano que atenda dignamente as pessoas.
                   Atenciosamente,
                    Pastoral da AIDS – Santa Maria - RS

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Audiência Pública

A Pastoral da Aids já algum tempo encontra dificuldade em realizar seu trabalho de prevenção devido ao atendimento na rede SUS ser deficitário. Em reunião com a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Vereadores, juntamente com o CTA Municipal e os médicos infectologistas, resolvemos fazer um chamamento tanto aos responsáveis pelo atendimento quanto a sociedade que utiliza o serviço, culminando assim na Audiência Pública que irá se realizar.
Queremos que tanto os serviços, as entidades, população em geral sintam-se convidados a pensar na melhoria do atendimento para quem busca informação, testagem, consultas e até mesmo internação.

Participe!

[Clique na imagem para ampliar]


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

1º DE DEZEMBRO DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS


O dia mundial de luta contra a AIDS surgiu com apoio da Organização das Nações Unidas – ONU, durante a Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987. Esta data serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/AIDS, numa tentativa de superação das barreiras que dificultam os trabalhos dos agentes. Essas barreiras são principalmente o preconceito e a discriminação contra as pessoas que vivem com HIV/AIDS, que dificultam inclusive o apoio adequado a assistência e ao tratamento da Aids bem como o seu diagnóstico.
O que é AIDS? Em linhas gerais podemos dizer que a AIDS é uma deficiência no sistema imunológico, associada com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana HIV – (Human Immunodeficiency Virus), provocando aumento na susceptibilidade a infecções oportunistas e câncer.

Como pega HIV? Através de todos os tipos de relações sexuais sem proteção; uso compartilhado de agulhas e seringas no caso de uso de drogas injetáveis; a mãe infectada passa para o bebê na gestação, parto e amamentação; transfusão de sangue contaminado e instrumentos que cortam ou furam, não esterilizados.
 Tratamento: atualmente a terapia com os chamados “anti-retrovirais” proporciona melhoria da qualidade de vida, redução da ocorrência de infecções oportunistas, redução da mortalidade e aumento da sobrevida dos pacientes. O Brasil já é modelo no tratamento para a Aids, através do coquetel, que hoje é considerado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) uma referência para o mundo. O maior desafio hoje é quebrar o preconceito contra a doença.
È importante ressaltar: A Aids não é transmitida pelo beijo, abraço, toque, compartilhando talheres, utilizando o mesmo banheiro, pela tosse ou espirro, praticando esportes, na piscina, praia e, antes de tudo, não se pega Aids dando a mão ao próximo, seja ele ou não soropositivo. Qualquer pessoa pode pegar HIV. A AIDS será vencida através do comprometimento de todos, informação cuidado, tratamento, vencer o preconceito e a discriminação são ações que ajudam a controlar a epidemia.

A AIDS em números: No mundo 33 milhões de pessoas vivem com HIV; 25 milhões já morreram; são 12 mil novas infecções por dia. No Brasil Segundo o senso demográfico de 2011, o Brasil possui uma população de aproximadamente 190.732.694 pessoas.[1] Desde o início da AIDS no país, em 1980, até os últimos dados oficiais, em Junho de 2011, registraram-se 608.230 casos de Aids.[2] É importante destacar que, em 2010, tivemos no Brasil 34.218 casos da doença registrados. Isso equivale a 17,9 casos para cada 100 mil habitantes. “A cada dia, no mundo, 16.000 pessoas se contaminam com o vírus da Aids (HIV), das quais 50 %, ou seja, 8.000 indivíduos são jovens entre 15 e 24 anos.”[3]

A Igreja e a AIDS: tentando dar uma resposta à epidemia é que surgiu, dentro Igreja Católica, hoje aberta a outras denominações, a Pastoral da AIDS. A referida pastoral procura capacitar os cristãos, levando-os a um comprometimento no trabalho de prevenção e assistência. É a Igreja comprometida para que a vida prevaleça, segundo o ensinamento de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida”. Assim, a Pastoral da AIDS procura dar algumas respostas a epidemia: buscar e partilhar informações corretas; cuidar de si e dos outros; falar sobre AIDS na família, na escola, no trabalho, na comunidade; acompanhar pessoas que vivem com HIV/AIDS; evitar preconceito e discriminação; fazer valer o direito à saúde, com medicamentos, exames assistência; exigir saúde integral e humanizada. O Documento de Aparecida considera como prioridade fomentar uma pastoral com pessoas que vivem com HIV AIDS, em seu amplo contexto e em seus significados pastorais.
Como todos podem contrair o HIV, é importante fazer o exame para saber se está com o vírus, independente do resultado. Caso seja positivo possibilita melhor tratamento, evita doenças oportunistas e, se necessário, adota uso de medicação. Se o resultado do exame for negativo, você renova o compromisso de cuidado e prevenção consigo e com os outros. O teste é sigiloso e o tratamento é gratuito. Diante disso, a pastoral assume o compromisso de prestar um “Serviço de prevenção ao HIV e assistência aos soropositivos: “A Igreja assume este serviço e, sem preconceitos, acolhe, acompanha e defende os direitos daqueles e daquelas que foram infectados pela Aids. Faz também o trabalho de prevenção, pela conscientização dos valores evangélicos, sendo presença misericordiosa e promovendo a vida como bem maior.” (Diretrizes Gerais da CNBB 2003-2006, n. 123).
A diocese de Santa Maria através da pastoral da DST/AIDS quer ser uma presença na vida das famílias e principalmente dos que são infectados com vírus. A pastoral tem como objetivo é mobilizar a sociedade santa mariense e todos aqueles que são cristãos para respeitar, garantir, ajudar e apoiar os que vivem com o vírus da Aids. Esta mesma pastoral procura engajar todas as pessoas de boa vontade na prevenção e na luta contra a Aids. A pastoral de DST/Aids tem como estratégia e método de trabalho distribuir materiais formativos e informativos sobre a doença como cartazes, folhetos, spots e mensagens em diferentes meios de comunicação. Promove debates, encontros, treinamentos para informar os católicos e a sociedade sobre a Aids e a sua prevenção. Ela usa os espaços da Igreja e da sociedade para conscientizar as pessoas sobre os riscos e perigos da Aids.
Através da Pastoral DST/Aids, a Igreja de Santa Maria está respondendo profeticamente na luta contra a Epidemia que atinge homens, mulheres e crianças na nossa cidade. A tarefa da pastoral é formar pessoas e agentes para ajudá-la a informar, prevenir e cuidar daqueles que estão infectados pelos vírus. A Igreja, por meio dessa pastoral, tem buscado uma prática conjunta com outros órgãos governamentais e não governamentais. É necessário criar redes de comunicação e de informação para combater a doença. Penso que buscando respostas e soluções conjuntas em Santa Maria e no resto do mundo poderemos ser bem sucedidos na luta contra a Aids.

Pastoral da AIDS - Santa Maria
Pe. Vanderlei Luiz Cargnin - assessor.





[1] Cf. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Online.
[3] KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço e do Programa Saúde e Direitos – Projeto Aids e Igrejas. AIDS E IGREJAS: um convite à ação. P. 9. Online.