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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Você pode estar sendo vítima de preconceito e não saber


O fato de os soropositivos serem vítimas de preconceito e discriminação com freqüência não é novidade para ninguém. Várias pessoas são dispensadas do trabalho, abandonadas por amigos e rechaçadas por vizinhos e familiares porque se descobriram infectados pelo HIV. Entretanto, o que muitos não percebem é que existem outros tipos de discriminação mais sutis que também interferem (e muito) na vida das pessoas infectadas pelo vírus da Aids. Geralmente, essas manifestações de preconceito são justificadas por um cuidado e um zelo excessivos que, ao invés de proteger o portador, afasta-o ainda mais de um convívio social saudável. É o caso de Carlos*. Depois que teve a primeira pneumonia, sua mãe resolveu separar seus copos, talheres, roupas de cama e banho. “Ela dizia que era para me proteger de outras doenças”. Na verdade, com esta atitude, a mãe de Carlos deixou claro que achava o seu filho diferente das outras pessoas. O mesmo aconteceu com Marília. Sua família resolveu fazer uma viagem. Apesar de estar bem de saúde, Marília não pôde ir porque seus pais acharam que, como ela era soropositiva, seu organismo não agüentaria uma viagem de carro de 6 horas. “Eu estava bem. Me senti muito mal por não ter ido. Tenho certeza que nada aconteceria comigo”.

Atenção com alguns cuidados excessivos
Outro exemplo comum ocorre no ambiente de trabalho. Alguns patrões, sabendo que não podem demitir seus funcionários porque são soropositivos, acabam usando desculpas esfarrapadas para excluí-los do ambiente de trabalho. É o caso de Renato*. Corretor de imóveis, ele quase foi convencido por seu patrão de que aquela função era cansativa demais para uma pessoa soropositiva. “Não sei se ele estava querendo me discriminar. Mas eu sabia que tinha condições físicas para continuar a ser corretor. Se eu fosse para a área administrativa, iria ganhar bem menos do que ganho atualmente”. Renato conversou com o seu médico. “Ele me garantiu que eu estava bem de saúde. Então, resolvi apresentar um atestado para o meu patrão. Só assim ele parou de me aborrecer”.
Como alguns soropositivos podem ficar com a imunidade mais debilitada, existem profissões que significam um risco para a saúde. Porém, quem deve avaliar isso é o próprio funcionário junto com o seu médico e não o patrão, que, na maioria das vezes, não possui conhecimento do assunto. Soares* trabalhava em um frigorífico. O seu médico o aconselhou a mudar de função para não agravar a sua saúde. Como a empresa era muito pequena, não havia lugar para Soares em outro setor. O seu patrão o encaminhou ao auxílio doença para que ele pudesse se sustentar.
A recusa no atendimento em hospitais com o pretexto de falta de condições para atender uma pessoa soropositiva é também um tipo de preconceito velado que acontece com bastante freqüência. Quando alguém passa mal e segue para uma emergência, é comum ouvir do serviço de saúde que ele não tem recursos e não está capacitado para atender a pessoa porque ela está infectada pelo HIV e acaba encaminhando-a para outro local. Com o discurso do cuidado se camufla um preconceito. Vale lembrar que esta atitude é chamada de omissão de socorro. Todo médico e profissional de saúde deve prestar atendimento quando solicitado, esta é uma norma do Conselho Federal de Medicina.

É simples perceber este tipo de preconceito 
Quando alguém lhe impede de fazer algo que você se acha absolutamente apto a fazer, tenha cuidado. A primeira pessoa que você deve recorrer é o seu médico ou o profissional de saúde do local onde você realiza o tratamento. Ele poderá ajudá-lo a esclarecer dúvidas sobre a sua capacidade física. Esclarecidas essas dúvidas, perceba se o que lhe foi sugerido o torna diferente das demais pessoas. Nunca se esqueça que o fato de estar infectado pelo HIV não o faz diferente de ninguém. “Estamos acostumados a reconhecer a violência física, que atinge diretamente o nosso corpo. Mas atitudes de preconceito e discriminação, como as que foram relatadas nesta matéria, são formas de agressão que podem ser chamadas de violências não-visíveis. Elas podem machucar tanto quanto a violência física. Os tribunais de justiça brasileiros já reconhecem esta violência não-visível, por isso existem as indenizações por danos morais. Devemos estar atentos a esse tipo de violência. O primeiro passo é identificá-la. Ela pode estar bem escondida nas atitudes mais sutis”, esclarece a advogada Cláudia de Paula, coordenadora de projeto do Programa de Direitos Humanos do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (Gapa) da Bahia. SV
* Nomes fictícios
Cuidado com a testagem obrigatória Ninguém pode ser obrigado a realizar o teste anti-HIV. A testagem só pode ser realizada com o consentimento das pessoas.
Trabalhador não pode ser demitido É proibida a demissão pelo fato de o trabalhador ser soropositivo. Porém, vale lembrar que não existe nenhuma lei que garanta estabilidade no emprego para pessoas com HIV.
Direito à vida e ao tratamento médico Nenhuma pessoa pode deixar de ser atendida por um profissional de saúde. O atendimento profissional a portadores do vírus HIV é um imperativo moral da profissão médica e nenhum médico, instituição pública ou privada podem recusá-lo.
O seu exame é sigiloso O profissional de saúde não pode revelar fatos ou diagnósticos sobre o paciente a ninguém, exceto às autoridades públicas.
Acesso aos medicamentos necessários Além dos medicamentos contra a Aids, o Sistema Único de Saúde garante o acesso a todos os remédios que são necessários para o seu tratamento.

Assessoria de Patrícia Rios,
advogada do Grupo Pela Vidda Niterói (RJ)


Fonte: Revista Saber Viver

domingo, 28 de agosto de 2011

Diretor da Unaids diz que o preconceito é uma das maiores barreiras à prevenção

Há dez anos, uma assembleia geral da ONU sobre Aids reuniu líderes mundiais e declarou a doença "uma emergência global". Agora, a partir do próximo dia 8, trinta chefes de estado e representantes de governo voltam a se reunir na ONU para avaliar as três décadas da epidemia. Nesta entrevista, o diretor do Programa de Aids, Michel Sidibé, afirma que o preconceito ainda é um dos maiores obstáculos à prevenção da doença.

O GLOBO: Já são três décadas da mais letal epidemia conhecida pela Humanidade, com um total de 60 milhões de pessoas atingidas. O que mudou nesses anos?
MICHEL SIDIBÉ: Há 30 anos, tratava-se de uma doença misteriosa, chamada de praga gay (ou câncer gay), as pessoas ficavam apavoradas. Hoje, conseguimos romper essa conspiração silenciosa, redistribuir oportunidades, baixar o preço das drogas do coquetel, forjar um novo pacto entre o sul e o norte e parcerias entre os países do sul. Para mim, a Aids ajudou a demonstrar que o movimento social pode mobilizar e produzir resultados.

O GLOBO: Quais os desafios imediatos?
MICHEL SIDIBÉ: Há 10 milhões de pessoas ainda sem tratamento no mundo. Há países que ainda negam acesso aos serviços (medicamentos e prevenção) a homens que fazem sexo com homens, prostitutas e viciados em drogas. Esse é um desafio imediato hoje. Por isso, pessoalmente, acho que a reunião deve focar nesses elementos para revolucionar a prevenção.

O GLOBO: O preconceito ainda é muito forte? Ainda é um problema sério na prevenção?
MICHEL SIDIBÉ: Para você ter uma ideia, em 116 países do mundo existe algum tipo de lei que criminaliza os profissionais do sexo. Em 79 países há leis homofóbicas ou que simplesmente não reconhecem a existência de homens que fazem sexo com homens. Confrontar o estigma e a discriminação é fundamental para uma resposta. A diferença é que hoje, ao contrário de apenas 5 anos atrás, esse assunto está na agenda.

O GLOBO: A epidemia seguiu cursos diferentes nos países desenvolvidos e nos em desenvolvimento. Isso era esperado? Os bons resultados foram alcançados apenas no mundo rico?
MICHEL SIDIBÉ: Nós não temos uma epidemia, mas múltiplas epidemias. E isso não é uma surpresa por causa das disparidades. Práticas globais propiciaram o crescimento da Aids. Quanto menos justiça, marginalização, educação e nutrição, mais Aids. A Aids mostra que o valor da vida não é o mesmo em diferentes partes do mundo. Numa parte, as pessoas não morrem mais da doença. Em outra parte, no entanto, há milhões esperando tratamento. Numa parte, bebês não nascem mais com Aids. Em outra, são 400 mil todos os anos. São dois lados da mesma moeda. Por isso é importante sim que as pessoas questionem a justiça social.

O GLOBO: A epidemia está mais controlada hoje?
MICHEL SIDIBÉ: Estamos quase revertendo a trajetória. Em 60 países o número de novas infecções está estabilizado ou sendo reduzido. No Brasil, a epidemia está estabilizada desde 2000 - o que mostra como avanços socioeconômicos e uma liderança forte reduzem o impacto da doença. Em 1996, quando o Brasil começou a distribuir remédios e preservativos, o país mudou o curso da epidemia. Naquela ocasião, Brasil e África do Sul tinham o mesmo nível de infecção. Hoje, o Brasil tem 0,6% e a África do Sul quase 20% de suas populações infectadas. Mesmo entre usuários de drogas, o Brasil conseguiu baixar de 16% para 5% a prevalência. Esses são exemplos de como a disponibilização de serviços têm um impacto importante.

Fonte: O Globo Online

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ministério da Saúde amplia tratamento para crianças com aids

O tipranavir é o primeiro medicamento que auxilia quando não há resposta ao tratamento ou falha na terapia adotado no país para menores de 6 anos de idade


As crianças que vivem com aids no Brasil vão poder contar com novos tratamentos a partir da próxima semana. O Ministério da Saúde incluiu no esquema terapêutico de crianças e adolescentes o primeiro antirretroviral (ARV) incorporado ao SUS exclusivamente para esses pacientes, o tipranavir. A droga entra como opção mais confortável de medicação de 3ª linha, ou seja, moderna e indicada para vírus resistentes – a 1ª linha é composta por medicamentos mais usuais e utilizados em tratamentos iniciais. O tipranavir é também o primeiro medicamento de resgate, que auxilia quando não há resposta ao tratamento ou falha na terapia, adotado no país que poderá ser utilizado por menores de 6 anos de idade.


Antirretrovirais
 
“Além de ampliar a qualidade de vida dessa população e proporcionar melhor adesão ao tratamento contra a doença, a medida atualiza o consenso pediátrico atual”, destaca o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco. Farão parte das recomendações outras duas formulações (fosamprenavir solução oral e darunavir pediátrico). Em combinação com o ritonavir solução oral, estes medicamentos são potencializados e inibem a replicação do HIV, ajudando a reduzir a infecção das células saudáveis do organismo.
 
Até então, o esquema de resgate terapêutico de 3ª linha era feito com ARV indicados para adultos e utilizados por crianças como medida excepcional. Os menores de 5 anos e de baixo peso só tinham a opção do inibidor de protease (lopinavir/ritonavir), utilizado quando ocorria falha terapêutica com os medicamentos prescritos no tratamento inicial. Com uma formulação mais moderna, cada dose do fosamprenavir, por exemplo, representa ¼ do volume da dose do amprenavir, que será substituído.
 
Ao todo, o Ministério da Saúde oferece 13 drogas para crianças que desenvolveram a doença. Atualmente existem no Brasil 4.006 menores de 13 anos em tratamento, sendo que 186 deles estão utilizando medicamentos de 3ª linha. O orçamento para o acesso universal aos antirretrovirais no Brasil é da ordem de R$ 846,7 milhões e o investimento brasileiro em ARV para crianças é de R$ 9,7 milhões.
 
Orientação - Médicos e farmacêuticos de Unidade de Dispensação de Medicamentos (UDM) dos serviços de saúde especializados em HIV/aids receberam nota técnica sobre os novos ARV. O documento traz informações de prazos de armazenamento e realização de testes de genotipagem para verificar a resistência do HIV e indicações de uso desses medicamentos no Brasil, para que o médico prescreva a melhor combinação de antirretrovirais para o paciente.
 
No texto, os médicos também são alertados a repassar aos pais e cuidadores de crianças com aids informações sobre como administrar as doses dos remédios. O frasco do ritonavir pode durar de três a seis meses e o curto período de validade (6 meses) se dá em decorrência da própria formulação do medicamento. Por esta razão, os usuários são orientados a retornar com o frasco do medicamento a cada consulta e retirada do ritonavir na UDM, para melhor controle do produto. A precaução é para evitar que a criança tome medicamento vencido.

Fonte: Ministério da Saúde

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Participamos da qualificação

Estivemos presentes na Qualificação da Pastoral da Aids, Regional Sul 3 - CNBB.
Agradecemos ao apoio recebido para estarmos lá.
Foram 2 dias e meio de atividades de formação com os seguintes eixos: Plano Pastoral da Aids, Metodologia da Prática Pastoral e Espiritualidade Bíblica Pastoral.
A metodologia usada incluiu filmes, debates, trabalho de grupo por dioceses e troca de experiências.
No sábado a noite e domingo pela manhã estudamos brevemente o tema da Campanha da Fraternidade 2012, cujo tema será Fraternidade e Saúde Pública.


Patricia Costenaro, Andréia Silva, Fr. Marcelo Monti (coordenador do Regional Sul 3) e Carlos Ferreira.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Qualificação da Pastoral da AIDS - Regional Sul III


Nos dias 19, 20 e 21 de agosto estará acontecendo a "Qualificação para agentes da Pastoral da Aids".
Segundo planejamento 2011-2013 de nosso regional, a qualificação visa fortalecer, reanimar e qualificar os agentes já capacitados, aprofundando temas pertinentes a nossa atividade pastoral, promovendo a integração entre as lideranças diocesanas.
Ainda conforme nosso planejamento, participarão da qualificação somente pessoas que já fizeram ao menos uma capacitação regional ou diocesana.
O encontro será na Casa de Encontros Vila Betânia.
A qualificação inicia no dia 19 de agosto às 18h e encerra no domingo com o almoço de confraternização.
A Arquidiocese de Santa Maria estará representada com 4 pessoas!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

FDA aprova mais um comprimido diário para tratar HIV

O FDA (agência reguladora de remédios e alimentos no EUA) liberou o Complera para pacientes que não receberam tratamento prévio contra o vírus HIV. A droga, que custa US$1.705 por mês, combina o Truvada, da Gilead, com o Edurant, da Johnson & Johnson, aprovado em maio.
A farmacêutica Gilead já vende outro comprimido diário, o Atripla, que combina o Truvada com a Sustiva, da Bristol-Myers Squibb. 
A agência reguladora rejeitou o primeiro pedido da Gilead, em janeiro, alegando que não havia informações suficientes.
Também na quarta-feira, a companhia disse que resolveu todas as questões levantadas em uma carta de advertência da FDA. Na época, os reguladores levantaram preocupações sobre problemas de fabricação e qualidade do produto em San Dimas, na Califórnia, onde a Gilead fabrica muitos dos seus medicamentos. 
Cerca de 33 milhões de pessoas no mundo têm o vírus da Aids. A maioria vive na África e na Ásia.



Fonte: Jornal Floripa

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Antibióticos devem ser usados com cuidado para evitar superbactérias

Quando ficamos doentes, com vômito e diarreia, é comum o diagnóstico ser “virose”. Doenças causadas por vírus, em geral, têm apenas os sintomas combatidos, não os micro-organismos em si. E é importante não confundir quadros graves, como a dengue, com um ataque viral mais simples. A decisão de levar a criança ou o adulto para o pronto-socorro depende do estado geral.

Já contra as bactérias são usados antibióticos, que desde o ano passado passaram para a categoria de medicamentos controlados no país, com venda permitida apenas mediante receita médica.

Para falar sobre o uso correto dos antibióticos, e como evitar que eles facilitem a proliferação de bactérias resistentes – as chamadas superbactérias –, o Bem Estar desta segunda-feira (8) recebeu o infectologista Caio Rosenthal. Ao lado dele, a pediatra Ana Escobar destacou as formas de prevenção e tratamento em cada situação.

Segundo os especialistas, há as chamadas “bactérias do bem”, que ajudam no funcionamento do corpo. Mas, no caso dos vírus, ou eles não fazem nada ou destroem o organismo. E precisam sempre de uma célula para entrar em ação e se reproduzir, pois não têm vida própria.

De acordo com Rosenthal, até chegar à idade adulta, uma pessoa adquire centenas de viroses intestinais e respiratórias, e a maior arma contra elas é o próprio sistema imunológico. Em geral, os vírus completam o ciclo dentro do corpo humano e vão embora, deixando um rastro de imunidade no hospedeiro.

Contra muitos vírus – que são formados por uma capa de proteína e material genético no interior –, há vacinas disponíveis, como é o caso da hepatite B, da meningite, da poliomielite, da gripe, do rotavírus, do vírus do papiloma humano (HPV) e da febre amarela. Outros, como o da Aids e da dengue, ainda não têm imunização. O HIV, por exemplo, apresenta altíssima capacidade de mutação, o que ainda impede a produção de uma vacina eficaz e permanente.

Antibióticos
Esses remédios “furam” a parede da célula até atingir o núcleo da bactéria, que reage e produz mais enzimas, capazes de anular a ação do medicamento e atacar o organismo.

Para evitar esse problema, os cientistas inventaram uma espécie de disfarce para que o antibiótico se torne mais forte e atinja o núcleo das bactérias com mais eficiência. Porém, algumas vão se adaptando e resistem, formando uma classe de superbactérias, contra as quais há poucas alternativas.

Por isso, é muito importante tomar o remédio do jeito que o médico orientar, durante um ciclo inteiro, mesmo depois de os sintomas já terem passado.

Segundo o infectologista, a bactéria mais perigosa é a que tem diagnóstico tardio. Em geral, infecções bacterianas têm febre mais alta e mais secreções que as virais. Problemas de pele também podem servir de porta de entrada para os micro-organismos. Para se proteger contra doenças e criar anticorpos, o leite materno e as vacinas são uma excelente recomendação e devem ser tomados sempre.



Fonte: G1

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A IMPORTÂNCIA DA VITAMINA D NA SAÚDE DAS PESSOAS COM HIV/AIDS


A importância da Vitamina D tem sido cada vez mais estudada nos últimos anos. E observou-se que pessoas com HIV/aids têm maior grau de dificiência. As vitaminas são definidas como um componente essencial dos alimentos de que o organismo necessita em pequenas concentrações, mas que não pode produzir por conta própria e, portanto, devem ser ingeridas por meio de alimentos ou suplementos. A vitamina D é uma exceção, porque, ao contrário de outras vitaminas, o organismo pode produzi-la.
A vitamina D é produzida a partir de uma molécula na pele com estrutura parecida ao colesterol que é, então, transformada na forma ativa da vitamina D por exposição aos raios ultra violeta (UV) do sol. A deficiência de vitamina D foi identificada pela primeira vez em crianças com raquitismo, e os adultos podem desenvolver osteomalacia, caracterizada pelo enfraquecimento dos músculos e ossos.
O reconhecimento da importância da vitamina D para o desenvolvimento dos ossos levou o FDA (agência reguladora dos Estados Unidos) a determinar, anos atrás, que laticínios fossem fortificados com 100 UI de vitamina D por 100 ml. Infelizmente, há uma redução gradativa do consumo de leite que, somada às advertências dos dermatologistas sobre os efeitos nocivos dos raios UV e da importância do uso do proteção solar, resultounuma epidemia de deficiência de vitamina D.
A importância da vitamina D na saúde óssea é particularmente relevante para os jovens, cujos ossos estão se desenvolvendo, e para os idosos, cujos ossos estão enfraquecendo. Mas seu papel vai além da saúde dos ossos. Foi comprovado que ela pode preservar a força muscular e proteger contra doenças fatais, como a diabetes, esclerose múltipla e até mesmo câncer, além de ser uma força poderosa na regulação do crescimento celular, metabolismo energético e imunidade.
O papel da vitamina D, em um sistema imunológico saudável ainda está para ser definido, mas sabemos que as células CD4 e CD8 têm receptores de vitamina D e a ativação desses receptores pode ter grande impacto na função imunológica. Além disso, a vitamina D tem um papel importante na prevenção da inflamação celular, considerada atualmente responsável por muitos dos principais problemas de saúde enfrentados pelas pessoas com HIV/aids, especialmente as doenças cardiovasculares, incluindo diabetes e hipertensão. A deficiência de vitamina D também pode causar a doença do intestino irritável e artrite reumatóide. A disfunção cognitiva,
uma grande preocupação com o envelhecimento da população, também tem sido associada a baixos níveis de vitamina D. Por todas estas razões, a vitamina D tem assumidoum papel fundamental na manutenção de uma boa saúde e na redução de comobirdades em pacientes com sistema imunológico comprometido.
Então como vamos abordar a questão do baixo nível de vitamina D? Sabemos que apenas 30 minutos de exposição ao sol no verão podem gerar grandes quantidades de vitamina D e, por essa razão, os moradores dos trópicos costumam ter níveis mais altos. Viver distante da linha do equador tem um impacto negativo na manutenção de níveis adequados de vitamina D e ter o pigmento da pele mais escuro também pode afetar seriamente a capacidade de uma pessoa de fabricar vitamina D.
Os Estados Unidos recentemente reavaliaram suas recomendações sobre a suplementação de vitamina D e agora recomendam 800 UI de vitamina D/ dia por meio de alimentos, exposição ao sol e suplementos. Infelizmente, essa quantidade não é suficiente para elevar o nível de vitamina D aos padrões desejados. A maioria dos especialistas recomenda níveis maiores de suplementação, entre 1000-2000 UI / dia. A vitamina Dé um suplemento seguro com pouca chance de toxicidade ou de superdosagem. A hipercalcemia é o maior risco, mas só é visto com níveis de vitamina D muito superiores ao que se obtém com a suplementação de
rotina.

Dr. Anthony Mills
Diretor Médico de clínica de saúde integral em Los Angeles, Estados Unidos.
-Publicado na Revista Saber Viver versão On line

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

8 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. Pesquisador Esper Kallás alerta soropositivos sobre cuidados especiais

“Pessoas que vivem com o HIV são mais suscetíveis às doenças metabólicas, em função do coquetel antiaids e do tempo de exposição do organismo ao vírus”, explica o infectologista, pesquisador e professor da Unifesp Esper Kallás. “A ação dos vários tipos de medicamentos que compõem o coquetel, aliada à atuação do vírus, que pode danificar a parede dos vasos sanguíneos, facilita o acúmulo de placas de gordura no sangue”, complementa.

Hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos regulares são indicados pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde para baixar os níveis de colesterol em soropositivos. Porém, em alguns casos, somente a mudança no estilo de vida não é suficiente.

O uso prolongado dos antirretrovirais da classe dos inibidores de protease, no geral, tendem a elevação das taxas de colesterol. São os inibidores de protease: Amprenavir, Atazanavir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir.

“Os pacientes com HIV precisam realizar exames regulares, pelo menos duas vezes ao ano, para monitorar os níveis de colesterol e triglicérides, além da carga viral, da contagem de células de defesa, conhecidas como CD4, e outros exames de controle. De acordo com os resultados, algumas vezes, é preciso dar remédios adicionais ou, em casos extremos, mudar a combinação de medicamentos do coquetel para combater os índices elevados”, ressalta Esper.

A ideia do Dia Nacional de Combate ao Colesterol é da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), como uma forma de conscientizar a população sobre a importância do colesterol alto e as formas de prevenção. A data 8 de agosto foi oficializada pelo Poder Legislativo em 2002.

Grupo pela Vidda dá dicas de uma boa dieta

Diminuir a quantidade de gordura que se come, em especial gordura saturada, é um conselho comum para qualquer pessoa que tenha altos índices de lipídios e riscos de doenças cardíacas. Entretanto, não é tão simples assim para pessoas que tomam o coquetel. Caso haja interesse em alterar a dieta, é importante lembrar que todos os inibidores de protease (exceto Amprenavir e Indinavir) devem ser tomados com alguma comida que de preferência contenha gordura, para melhor absorção.

No site do grupo Pela Vidda (Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids), de São Paulo, estão disponíveis algumas dicas importantes para evitar o alto colesterol, mesmo tomando antirretrovirais. O melhor a fazer, segundo o grupo, é atentar para o tipo de gordura que se está consumindo. Gorduras saturadas são as que causam mais problemas ao coração e aos vasos sanguíneos, a exemplo das gorduras animais (carnes vermelhas e derivados do leite) e vegetais (presentes no leite de coco, azeite de dendê, cacau etc).

Há uma forte evidência de que comer mais peixes oleosos ajuda a prevenir futuras doenças cardíacas. Isso porque eles contêm ácidos ômega 3, gorduras poli-insaturadas que ajudam a reduzir os níveis de lipídios, afinam o sangue ajudando a reduzir o risco de trombose e também ajudam a melhorar a flexibilidade dos vasos sanguíneos.

Frutas e vegetais são uma boa fonte de vitaminas antioxidantes tais como vitamina A e vitamina C. Comer mais frutas e vegetais ajuda a prevenir a oxidação do colesterol presente no sangue e a incrustação nas artérias. Não há nada que comprove que tomar altas doses de algumas vitaminas vá reduzir os riscos de doenças do coração. Qualquer coisa que se coma ou beba e que forneça energia na forma de açúcar será transformada em triglicérides. Reduzir a quantidade de açúcar e álcool contribuirá na diminuição dos níveis de triglicérides. Um copo de vinho ou cerveja, diariamente, pode até aumentar o índice do colesterol bom (HDL). Por outro lado, grandes quantidades de álcool vão causar danos aos músculos cardíacos e aumentar a pressão sanguínea. Todos estes efeitos aumentam os riscos de doenças cardíacas em pessoas que tenham altos níveis de lipídios.

Fonte: Agência de Notícias da Aids

domingo, 7 de agosto de 2011

Evento discute políticas públicas para pessoas que vivem com HIV/aids


A elaboração de propostas para aperfeiçoar as políticas públicas voltadas para as pessoas que vivem com HIV/aids é um dos principais objetivos do IV Encontro Nacional da RNP+Brasil. O evento será realizado em Atibaia/SP, entre os dias 4 e 7 de agosto, e discutirá temas relacionados ao tratamento, à assistência e à melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A violação dos direitos das pessoas que vivem com HIV/aids, a integralidade no Sistema Único de Saúde (SUS), a distribuição de antirretrovirais e a utilização de equipes multidisciplinares serão alguns dos assuntos em debate.
Gil Casimiro, gerente de processos da Coordenação de Direitos Humanos, Risco e Vulnerabilidade do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, destacou a importância da iniciativa. “A participação social é fundamental para o aperfeiçoamento das políticas públicas”, afirmou. De acordo com Casimiro, o encontro poderá demonstrar aspectos que precisam ser aprimorados nos serviços públicos de saúde e apontar os principais desafios enfrentados em cada região do país.
As propostas referendadas no evento serão reunidas em documento que será divulgado na internet e encaminhado para instituições que tratam das questões abordadas e outros representantes do movimento de luta contra a aids.
RNP+Brasil
A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+ Brasil) é uma organização nacional, sem vínculos político-partidário e religioso, que defende os direitos das pessoas que vivem com HIV/aids. Qualquer indivíduo sorologicamente positivo para o vírus pode fazer parte da RNP+ Brasil, desde que siga os princípios da rede e esteja cadastrado em um de seus núcleos. Mais informações podem ser encontradas na página oficial da instituição: http://www.rnpvha.org.br/

sábado, 6 de agosto de 2011

Capacitação da Pastoral

Iniciou-se nesta manhã a Capacitação para Novos Agentes da Pastoral de DST/AIDS, da Arquidiocese de Santa Maria.
Estão presentes pessoas de comunidades religiosas, de diferentes Igrejas, e profissionais da área da saúde.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cientistas avançam nas pesquisas de vacina contra hepatite C

Uma equipe de pesquisadores europeus obteve resultados promissores com uma nova estratégia para desenvolver uma vacina contra a hepatite C, doença que afeta 200 milhões de pessoas e mata 50 mil no mundo a cada ano.

Até o momento não existe qualquer vacina contra o vírus (VHC) da hepatite C, transmitido essencialmente pelo sangue (drogas por via intravenosa, transfusões, transplante de órgãos e etc) e que causa graves complicações, como insuficiência hepática e câncer de fígado.

O estudo europeu, coordenado pelo especialista francês David Klatzmann e apoiado pela Agência francesa de Pesquisas sobre a Aids e Hepatites Virais (ANRS), analisou uma tecnologia baseada no uso de "pseudopartículas virais", estruturas artificiais que se parecem com partículas virais mas não representam risco porque carecem de material genético e não permitem a multiplicação do vírus.

Estas pseudopartículas já foram utilizadas, por exemplo, na vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), causa de vários tipos de câncer genital.

A novidade do estudo publicado na quarta-feira na revista Science Translational Medicine reside na aplicação de pseudopartículas virais "quimeras", construídas com fragmentos procedentes de dois vírus diferentes. Neste caso, a pseudopartícula deriva de um retrovírus de rato recoberta com proteínas do VHC.

Os pesquisadores observaram que, ao reagir a vacina com pseudopartículas virais, a produção de anticorpos neutralizou o vírus VHC em ratos e macacos.

Estes anticorpos se revelaram capazes de induzir uma imunidade contra os diferentes subtipos de VHC, algo inédito até o momento.

A técnica poderá ser ampliada a vacinas contra outras doenças, como a Aids (HIV) e a dengue.

Fonte: AFP

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Medicação precoce aos portadores do HIV reduz em 96% o risco de transmissão do vírus da Aids

A 6ª Conferencia da Sociedade Internacional de Aids, realizada recentemente em Roma, foi palco de uma comoção raramente vista em um congresso médico. Vindos de todas as partes do mundo, quase 3000 especialistas lotaram a sala Santa Cecilia, o maior auditório do imponente Parco della Musica, para ouvir o infectologista americano Myron Cohen, da Universidade da Carolina do Norte.

Ele falou durante dez minutos e, ao terminar, foi ovacionado de pé, por cinco minutos. A exultação se explica. Como definiu o médico Scott Hammer no editorial da prestigiosa revista The New England Journal of Medicine, o trabalho de Cohen, intitulado HPTN 052, 6 a "prova definitiva" de que medicar precocemente o portador do HIV (ou seja, antes que ele manifeste qualquer sintoma relativo à presença do vírus) não apenas salva sua vida, mas reduz em 96% o risco de transmissão do HIV. O impacto dos remédios antirretrovirais na contenção da epidemia equivale praticamente ao de uma vacina.

A maioria dos protocolos de tratamento dos portadores do HIV indica o uso de medicamentos somente a partir do momento em que as células CD4 (os generais do sistema imunológico e alvos do HIV) baixam a níveis em que os pacientes começam a apresentar os primeiros sinais de enfraquecimento e risco de doenças oportunistas a ele associadas. "Outras pesquisas mostram que, se o paciente é tratado quando as taxas de CD4 ainda estão normais, a sua expectativa de vida se iguala à de uma pessoa não contaminada pelo HIV", diz o infectologista Artur Timerman, de São Paulo.

Para fazer valer a filosofia proposta pelo estudo de Cohen, seria necessário aumentar o número de diagnósticos precoces - no Brasil, isso só ocorre em 55% dos casos. Além disso, todos os 34 milhões de infectados ao redor do mundo deveriam ser medicados com antirretrovirais - o que acontece apenas com 6 milhões deles. Sairia caro? Não, quando se leva em conta que a prevenção de apenas um caso de Aids economiza o dinheiro gasto no tratamento de cinquenta doentes.

Fonte: Revista Veja

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sociedade Brasileira de Hepatologia alerta sobre toxidades hepáticas causadas por chás e ervas

A Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) realizou neste ano um encontro para discutir a toxicidade provocada por chás, ervas e fitoterápicos, e observou que não existem estudos que comprovem a eficácia e a segurança para o uso desses produtos no Brasil. Mas foram vários os relatos de toxicidade pela ingestão de chá-verde, confrei, sacaca, erva-cavalinha, unha-de-gato, cáscarasagrada, mãe-boa, entre outras.

Para Raymundo Paraná, Presidente da SBH, “a ciência médica não comporta preconceito, portanto não é contrária aos fitoterápicos nem a outros métodos não alopáticos, mas exige um critério de avaliação.”

As conclusões foram encaminhadas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Ministério da Saúde.

A SBH está agora preparando um cadastro nacional de hepatoxicidade, que inclui os medicamentos alopáticos, fitoterápicos, complementos alimentares e a chamada medicina natural.

O objetivo será oferecer às autoridades de saúde informações
estratégicas. “Oxalá, as autoridades de saúde despertem para esse tema”, finaliza Paraná. 

Fitoterápicos contra Aids e hepatites

O hepatologista e professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Francisco Couto, analisou 12 publicações sobre o uso de fitoterápicos no tratamento da aids e das hepatites crônicas do tipo B e C.

Essas publicações avaliaram centenas de pessoas e abordavam, sobretudo, ensaios sobre a medicina tradicional chinesa. Segundo Couto, a maioria dos trabalhos avaliava desfechos e seleção de casos diferentes, incluindo muitas vezes até 10 plantas, o que torna difícil dizer qual princípio ativo, de fato, é eficaz.

No entanto, a análise apontou para melhores resultados da terapia alternativa quando comparada ao Inteferon apenas ou a Ribavirana no tratamento das hepatites. 

Para o tratamento da Aids, não ouve melhora do padrão imunológico, mas observou-se uma melhora na sensação do bem-estar dos pacientes analisados.

O alerta da SBH e a análise do professor Couto sugerem que o uso de produtos fitoterápicos carece de pesquisas sobre sua efetividade e que apesar de serem naturais podem provocar toxidade.



Fonte: Agência de Notícias da Aids

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tratamento é o maior avanço para portadores/as de HIV/Aids

Desde a descoberta do vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV), em 5 de junho de 1981, mais de 60 milhões de pessoas foram contaminadas pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Por ser uma doença incurável, por causa do vírus mutante, a Aids matou, rapidamente, milhares de pessoas no mundo, causando medo e muito preconceito sobre as pessoas infectadas. Prestes a completar 30 anos da descoberta da doença, no próximo domingo (5), o que mudou durante esses anos?

De acordo com José Carlos Morais da Silva, coordenador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+), de Campinas (SP), o principal avanço durante este tempo, sem dúvida, foi o tratamento. "De uns 5 anos para cá [o tratamento] ficou bem simplificado. A quebra de patentes também foi importante para reduzir os custos dos medicamentos. O problema que ainda enfrentamos é a discriminação”, resumiu.

José Carlos relatou que mesmo com o tratamento, que aumentou significativamente a perspectiva e a qualidade de vida dos portadores do vírus e da doença, ainda existem muitas pessoas que preferem não ter contato com as pessoas infectadas. Também são muitas as que não admitem serem portadoras do vírus. "Nos grupos de ajuda mútua tentamos explicar que a Aids hoje não mata mais como antes”, disse, ressaltando que é possível levar uma vida normal. "Antes, a doença também era muito associada ao homossexualismo”, completou.
José Carlos lembrou ainda que o biólogo norteamericano Robert Gallo, que descobriu o vírus HIV, garantiu que o risco de transmissão é reduzido quando os/as portadores/as do HIV/Aids fazem o tratamento com os antirretrovirais. Mas o coordenador da RNP/Campinas alertou sobre a importância de usar o preservativo em todas as relações sexuais, mesmo em relacionamentos estáveis, como forma de prevenção.

De acordo com o secretário geral da OnuAids, Michael Sidibé, os tratamentos existentes ‘são eficazes’ e a transmissão do vírus pode ser reduzida em 96% se as pessoas ‘forem submetidas a um tratamento no momento certo’. Em entrevista à Rádio Vaticano, Sidibé destacou que mais de 60 países apresentaram uma redução da infecção por HIV/Aids, afirmando que pela primeira vez pode dizer que ‘se alcançou o nível para romper a trajetória da epidemia’. Segundo ele, 6 milhões de pessoas estão em tratamento da doença atualmente.
Com seu programa de distribuição gratuita de medicamentos, o Brasil se tornou modelo de luta contra a Aids na América Latina e para países em desenvolvimento. Desde 1996, o país oferece tratamento gratuito para portadores do vírus HIV. Além disso, nos últimos anos o governo enfrentou indústrias farmacêuticas multinacionais, lutando pela quebra de patente, o que possibilitou a redução no custo dos medicamentos nos países em desenvolvimento.
O país produz atualmente 10 dos 20 medicamentos para o tratamento anti-aids, e também distribui os remédios para países da África e América Latina, como Bolívia, Paraguai, Nicarágua e Equador.

Números
Estima-se que 630 mil pessoas convivam com o HIV no Brasil, sendo que 210 mil recebem tratamento do Estado. No entanto, acredita-se que mais de 250 mil pessoas não tenham ainda sido diagnosticadas. Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, ONUAids, em toda a América Latina existem 1,6 milhões de portadores/as do HIV/Aids. Deste total, 800 mil necessitam de acesso aos tratamentos médicos.
De acordo com a ONUAids, atualmente 33,3 milhões de pessoas vivem com o vírus no planeta. Em primeiro lugar está a África Subsariana, com 22,5 milhões dos casos; em segundo o Oriente Médio seguido pela África do Norte, em quarto lugar estão o Sudeste e o Leste Asiático e na quinta posição está a América Latina e Caribe.

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, apontam que cerca de 2.500 jovens, a maioria com idade entre 15 e 24 anos, são infectados pelo HIV/Aids todos os dias no mundo. Representando cerca de 5 milhões dos casos de Aids no mundo, os jovens constituem o grupo de maior risco. A África do Sul e a Nigéria são os dois países com maior número de casos de Aids entre os jovens.
Estima-se que cerca de 60% dos jovens soropositivos sejam do sexo feminino. Na África Subsariana, este percentual sobe para 72%, de acordo com o relatório do Unicef, "Oportunidade em crise: prevenção do HIV da adolescência à juventude”.

Fonte: Adital.