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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

8 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. Pesquisador Esper Kallás alerta soropositivos sobre cuidados especiais

“Pessoas que vivem com o HIV são mais suscetíveis às doenças metabólicas, em função do coquetel antiaids e do tempo de exposição do organismo ao vírus”, explica o infectologista, pesquisador e professor da Unifesp Esper Kallás. “A ação dos vários tipos de medicamentos que compõem o coquetel, aliada à atuação do vírus, que pode danificar a parede dos vasos sanguíneos, facilita o acúmulo de placas de gordura no sangue”, complementa.

Hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos regulares são indicados pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde para baixar os níveis de colesterol em soropositivos. Porém, em alguns casos, somente a mudança no estilo de vida não é suficiente.

O uso prolongado dos antirretrovirais da classe dos inibidores de protease, no geral, tendem a elevação das taxas de colesterol. São os inibidores de protease: Amprenavir, Atazanavir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir.

“Os pacientes com HIV precisam realizar exames regulares, pelo menos duas vezes ao ano, para monitorar os níveis de colesterol e triglicérides, além da carga viral, da contagem de células de defesa, conhecidas como CD4, e outros exames de controle. De acordo com os resultados, algumas vezes, é preciso dar remédios adicionais ou, em casos extremos, mudar a combinação de medicamentos do coquetel para combater os índices elevados”, ressalta Esper.

A ideia do Dia Nacional de Combate ao Colesterol é da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), como uma forma de conscientizar a população sobre a importância do colesterol alto e as formas de prevenção. A data 8 de agosto foi oficializada pelo Poder Legislativo em 2002.

Grupo pela Vidda dá dicas de uma boa dieta

Diminuir a quantidade de gordura que se come, em especial gordura saturada, é um conselho comum para qualquer pessoa que tenha altos índices de lipídios e riscos de doenças cardíacas. Entretanto, não é tão simples assim para pessoas que tomam o coquetel. Caso haja interesse em alterar a dieta, é importante lembrar que todos os inibidores de protease (exceto Amprenavir e Indinavir) devem ser tomados com alguma comida que de preferência contenha gordura, para melhor absorção.

No site do grupo Pela Vidda (Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids), de São Paulo, estão disponíveis algumas dicas importantes para evitar o alto colesterol, mesmo tomando antirretrovirais. O melhor a fazer, segundo o grupo, é atentar para o tipo de gordura que se está consumindo. Gorduras saturadas são as que causam mais problemas ao coração e aos vasos sanguíneos, a exemplo das gorduras animais (carnes vermelhas e derivados do leite) e vegetais (presentes no leite de coco, azeite de dendê, cacau etc).

Há uma forte evidência de que comer mais peixes oleosos ajuda a prevenir futuras doenças cardíacas. Isso porque eles contêm ácidos ômega 3, gorduras poli-insaturadas que ajudam a reduzir os níveis de lipídios, afinam o sangue ajudando a reduzir o risco de trombose e também ajudam a melhorar a flexibilidade dos vasos sanguíneos.

Frutas e vegetais são uma boa fonte de vitaminas antioxidantes tais como vitamina A e vitamina C. Comer mais frutas e vegetais ajuda a prevenir a oxidação do colesterol presente no sangue e a incrustação nas artérias. Não há nada que comprove que tomar altas doses de algumas vitaminas vá reduzir os riscos de doenças do coração. Qualquer coisa que se coma ou beba e que forneça energia na forma de açúcar será transformada em triglicérides. Reduzir a quantidade de açúcar e álcool contribuirá na diminuição dos níveis de triglicérides. Um copo de vinho ou cerveja, diariamente, pode até aumentar o índice do colesterol bom (HDL). Por outro lado, grandes quantidades de álcool vão causar danos aos músculos cardíacos e aumentar a pressão sanguínea. Todos estes efeitos aumentam os riscos de doenças cardíacas em pessoas que tenham altos níveis de lipídios.

Fonte: Agência de Notícias da Aids

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