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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tratamento é o maior avanço para portadores/as de HIV/Aids

Desde a descoberta do vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV), em 5 de junho de 1981, mais de 60 milhões de pessoas foram contaminadas pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Por ser uma doença incurável, por causa do vírus mutante, a Aids matou, rapidamente, milhares de pessoas no mundo, causando medo e muito preconceito sobre as pessoas infectadas. Prestes a completar 30 anos da descoberta da doença, no próximo domingo (5), o que mudou durante esses anos?

De acordo com José Carlos Morais da Silva, coordenador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+), de Campinas (SP), o principal avanço durante este tempo, sem dúvida, foi o tratamento. "De uns 5 anos para cá [o tratamento] ficou bem simplificado. A quebra de patentes também foi importante para reduzir os custos dos medicamentos. O problema que ainda enfrentamos é a discriminação”, resumiu.

José Carlos relatou que mesmo com o tratamento, que aumentou significativamente a perspectiva e a qualidade de vida dos portadores do vírus e da doença, ainda existem muitas pessoas que preferem não ter contato com as pessoas infectadas. Também são muitas as que não admitem serem portadoras do vírus. "Nos grupos de ajuda mútua tentamos explicar que a Aids hoje não mata mais como antes”, disse, ressaltando que é possível levar uma vida normal. "Antes, a doença também era muito associada ao homossexualismo”, completou.
José Carlos lembrou ainda que o biólogo norteamericano Robert Gallo, que descobriu o vírus HIV, garantiu que o risco de transmissão é reduzido quando os/as portadores/as do HIV/Aids fazem o tratamento com os antirretrovirais. Mas o coordenador da RNP/Campinas alertou sobre a importância de usar o preservativo em todas as relações sexuais, mesmo em relacionamentos estáveis, como forma de prevenção.

De acordo com o secretário geral da OnuAids, Michael Sidibé, os tratamentos existentes ‘são eficazes’ e a transmissão do vírus pode ser reduzida em 96% se as pessoas ‘forem submetidas a um tratamento no momento certo’. Em entrevista à Rádio Vaticano, Sidibé destacou que mais de 60 países apresentaram uma redução da infecção por HIV/Aids, afirmando que pela primeira vez pode dizer que ‘se alcançou o nível para romper a trajetória da epidemia’. Segundo ele, 6 milhões de pessoas estão em tratamento da doença atualmente.
Com seu programa de distribuição gratuita de medicamentos, o Brasil se tornou modelo de luta contra a Aids na América Latina e para países em desenvolvimento. Desde 1996, o país oferece tratamento gratuito para portadores do vírus HIV. Além disso, nos últimos anos o governo enfrentou indústrias farmacêuticas multinacionais, lutando pela quebra de patente, o que possibilitou a redução no custo dos medicamentos nos países em desenvolvimento.
O país produz atualmente 10 dos 20 medicamentos para o tratamento anti-aids, e também distribui os remédios para países da África e América Latina, como Bolívia, Paraguai, Nicarágua e Equador.

Números
Estima-se que 630 mil pessoas convivam com o HIV no Brasil, sendo que 210 mil recebem tratamento do Estado. No entanto, acredita-se que mais de 250 mil pessoas não tenham ainda sido diagnosticadas. Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, ONUAids, em toda a América Latina existem 1,6 milhões de portadores/as do HIV/Aids. Deste total, 800 mil necessitam de acesso aos tratamentos médicos.
De acordo com a ONUAids, atualmente 33,3 milhões de pessoas vivem com o vírus no planeta. Em primeiro lugar está a África Subsariana, com 22,5 milhões dos casos; em segundo o Oriente Médio seguido pela África do Norte, em quarto lugar estão o Sudeste e o Leste Asiático e na quinta posição está a América Latina e Caribe.

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, apontam que cerca de 2.500 jovens, a maioria com idade entre 15 e 24 anos, são infectados pelo HIV/Aids todos os dias no mundo. Representando cerca de 5 milhões dos casos de Aids no mundo, os jovens constituem o grupo de maior risco. A África do Sul e a Nigéria são os dois países com maior número de casos de Aids entre os jovens.
Estima-se que cerca de 60% dos jovens soropositivos sejam do sexo feminino. Na África Subsariana, este percentual sobe para 72%, de acordo com o relatório do Unicef, "Oportunidade em crise: prevenção do HIV da adolescência à juventude”.

Fonte: Adital.

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