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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Tratamento mais longo contra a hepatite não é consenso

Governo adotou expansão do tratamento para hepatites virais no SUS, que agora pode ser prolongado para até 72 semanas. Sociedade Brasileira de Hepatologia diz que tratamento mais longo não é indicado para todos os pacientes.


O governo vai oficializar novas medidas para o diagnóstico e tratamento da hepatite nesta quinta-feira, quando se comemora o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. As medidas, em vigor desde 18 de julho, criam novas diretrizes para o tratamento na doença na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), e uma delas prevê que o tratamento pode ser prolongado por até 72 semanas sem a necessidade de aprovação de um comitê estadual. Antes, o tratamento era garantido por 48 semanas e, para continuar, precisava da autorização. 

O presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná, discorda da medida. Segundo ele, não há consenso em estudos científicos sobre os efeitos positivos da continuidade da terapia. Segundo dados da entidade, depois que a norma entrou em vigor, muitos dos pacientes passaram a solicitar o prolongamento. 

De acordo ele, o tratamento mais longo é indicado para alguns pacientes, por exemplo, que têm resposta lenta aos remédios usuais. Esse grupo, conforme o médico, representa menos de 10% dos doentes. “Os estudos não são claros. Isso [continuidade do tratamento] levou os pacientes a pedir. Infelizmente, a gente perde o controle”, disse. “Não é uma situação universal”, acrescentou. 

Outra novidade é que o início do tratamento não está mais condicionado à realização de uma biópsia do fígado. Raymundo Paraná estima que 40% dos pacientes ficarão dispensados do procedimento. “Tem um impacto grande”, disse. 

O Ministério da Saúde anunciou que, a partir de agosto, vai oferecer testes rápidos para o diagnóstico das hepatites B e C na rede pública. Com o novo exame, será possível identificar as doenças em, no máximo, 30 minutos. Os centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) das capitais serão os primeiros a receber o teste rápido.



REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL

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