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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

HEPATITES B e C: Fique de OLHO nelas



Pessoas infectadas pelo HIV devem redobrar o
cuidado contra o HBV e o HCV



Se as hepatites virais, principalmente a B e a C, são consideradas um grave problema de saúde, elas podem se tornar mais agressivas se a pessoa já estiver contaminada pelo HIV. Mas, descobrindo os mais cedo possível, os problemas poderão ser evitados.

HIV e hepatites B e C: formas de contágio parecidas
A relação do HIV com o vírus da hepatite B (HBV) e o da hepatite C (HCV) é bastante comum no mundo. Isso acontece porque essas hepatites e o HIV possuem formas semelhantes de contágio. O HIV é transmitido pelo sêmen, fluídos vaginais, leite materno (se a mãe estiver infectada) ou através da entrada do sangue infectado na corrente sanguínea. Com exceção do leite materno, estas também são as formas de transmissão do vírus da hepatite B.
Na hepatite C, a forma mais eficaz de contágio é através do sangue contaminado, assim como o HIV. É mais difícil o HCV ser transmitido através de relações sexuais sem preservativo, mas isso pode acontecer. Essas semelhanças tornam as pessoas infectadas pelo HIV um alvo fácil das hepatites virais B e C. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 10% das pessoas infectadas pelo HIV estejam também infectadas pelo HBV. A co-infecção com o vírus da hepatite C pode chegar a 36% das pessoas com HIV.
Em alguns países da Europa e os Estados Unidos, problemas hepáticos já representam a maior causa de internação de pessoas vivendo com HIV/aids.

HIV e Hepatite B
Segundo o hepatologista João Eduardo Pereira, professor de gastroenterologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA), existem algumas situações que tornam uma pessoa mais vulnerável ao vírus da hepatite B: carga viral a que ele é exposto, idade avançada e ser do sexo feminino. Mas o médico, que é consultor do Programa Nacional de Hepatites Virais do Minsitério da Saúde, afirma que quando uma pessoa tem o HIV e o vírus da hepatite B, o risco de ficar doente aumenta bastante. “Estudos científicos já comprovaram que a velocidade de desenvolvimento da hepatite é mais rápida em uma pessoa com HIV do que em uma pessoa que esteja apenas com o HBV. A hepatite se torna também mais grave, podendo gerar doenças como cirrose e câncer de fígado no período médio de cinco anos. Em pessoas só com HBV, isso pode demorar até 20 anos”, explica. João Eduardo ressalta também que a maioria dos remédios utilizados contra a aids pode sobrecarregar o fígado. “Quando este paciente já tem o fígado lesado pela hepatite B, a intolerância aos medicamentos contra a aids aumenta. Este fator significa um risco muito grande para o sucesso do tratamento tanto do HIV quanto da própria hepatite”.

HIV e HCV juntos podem trazer sérios riscos à saúde
Assim como a co-infecção HIV/HBV, a presença do HIV junto com o HCV no organismo acelera a progressão da hepatite C, tornando a pessoa mais vulnerável ao aparecimento de doenças hepáticas graves.
Nesses casos, há uma tendência maior à fibrose do fígado (o que impede o seu funcionamento). “A hepatite C em uma pessoa com HIV evolui para a fase crônica num tempo menor e é mais perigosa”, resume o hepatologista João Eduardo Pereira, para explicar o quanto a presença do HIV pode tornar a hepatite mais grave. O professor da Universidade Estadual de Feira de Santana alerta também que a resposta ao tratamento da hepatite C é mais difícil em pessoas com HIV porque o organismo precisa do sistema imunológico forte para que o interferon (um dos medicamentos usados contra o HCV) faça efeito. “O tratamento fica mais difícil e cheio de reações a outros medicamentos”, complementa o hepatologista bahiano.
Os usuários de drogas injetáveis, infectados pelo HIV, têm de 75% a 90% de chances de ter contraído também o vírus da hepatite C. Soropositivos para o HIV que são hemofílicos, ou que tenham recebido transfusão de sangue antes de 1992 (quando foi iniciado o controle dos bancos de sangue no país), possuem de 60% a 85% de chance de ter-se infectado pelo HCV. Apenas o fato de a pessoa ter o HIV já aumenta em 40% as chances de uma infecção pelo HCV.

Hepatite B pode ser transmitida durante a gravidez e partoO risco de transmissão do vírus da hepatite B de mãe para o recém-nascido varia de 20% a 90%. O risco aumenta se a mãe estiver com carga viral alta para o HBV e também tiver o HIV. O uso de imunoglobulina e a vacinação logo nas primeiras 12 horas de vida do bebê podem oferecer 90% de proteção à criança.
A transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez e parto) da hepatite C é mais rara: cerca de 5%. Porém, se a mãe tiver o HIV, esse risco sobe para 20%. Nesses casos, não existem alternativas para proteger o bebê da transmissão do HCV.

ALEITAMENTO: É proibido se a mãe estiver infectada pelo HIV, porque o vírus da aids também é transmitido através do leite materno.

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